Daniel Seda
alguns projetos feitos para editais e nunca realizados
these projects were created for festivals, etc but never actually happened
REJEITADOS
2019 - 2020
O Fim do Lixo
RUMOS ITAUCULTURAL (enviado e rejeitado)
Fazer uma pesquisa de maneiras mais ou menos simples de reciclar materiais difíceis como alguns tipos de plásticos
Conceito
Se pudéssemos começar de novo e ressignificar os usos e costumem em relação aos recursos naturais e o seu ciclo de produção agora nós poderíamos ter à diosposição um material leve, resistente, que pode assumir qualquer formato e tamanho e pode ser completamente reciclado, infinitamente: o plástico. Não é assim que o plástico é visto, eu sei. Atualmente ele é, ao mesmo tempo um recurso para produzir qualquer coisa mas também é, mais ainda, um problema ambiental.
A imensa produção industrial deste material durante todo o século XX, desde a sua criação em 1907, tornou o plástico algo onipresente. Apesar de muitos dos plásticos terem a capacidade de serem reciclados indefinidamente de muitas maneiras (mesmo que não necessáriamente com as mesmas características do ciclo anterior) as decisões de mercado que vieram junto com o seu sistema de produção tornaram este material um perigo para a natureza.
O erro mais imperdoável em relação ao plástico foi inventar um material que pode durar centenas de anos e transformá-lo em algo facilmente (e necessariamente!) descartável.
Mas vamos imaginar um recomeço. Vamos imaginar um material que pode assumir qualquer forma e densidade e caso seja necessário pode ser destruído e retransformado em qualquer outra coisa. Um material que pode estar em estruturas aparentes ou escondido dentro de outros materiais. Pode ser muito leve ou muito pesado, grande ou pequeno, rígido ou maleável de qualquer maneira possível, pode ter a forma de placas, de fios, de fitas, de volumes sólidos, transparente ou pintado de qualquer tonalidade, qualquer coisa. E no entanto ele é sistematicamente feito para ser usado apenas uma vez e depois descartado. Mesmo que dure mais tempo, quando chega o momento, ele é descartado. E mesmo um cidadão consciente pouco pode fazer além de separar o lixo e descartar o material em um improvável cesto de “recicláveis” que, com a conivência do poder público em muitos casos irá se unir ao lixo comum e vai parar em aterros.
Na pesquisa que proponho para o RUMOS quero tornar público e ajudar a difundir o conceito de FIM DO LIXO.
Esta pesquisa reflete algumas idéias que vem me incomodando há muitos anos e tem se refletindo no meu próprio trabalho
desde então.
Em 2012 cheguei a escrever um pequeno manifesto onde lancei estas idéias
https://eusouocritico.wordpress.com/2012/10/01/5-ideias-para-o-seculo-xxi
A idéia de LIXO deve acabar. Não existe LIXO na natureza e nós seres humanos, como parte dele, devemos superar este equívoco criado junto a industrialização. O resultado desta decisão de descartar materiais tomada no início da produção plástica gerou e segue gerando montanhas de destritos espalhadas pelo planeta. A maneira como o plástico vem sendo usado desde a sua criação fez com ele se transformasse em um perigo para a natureza e para a humanidade, contaminando a terra, a água e a biosfera. No entanto a humanidade não está pronta e sua organização social, que determina a forma como os recursos e a natureza são tratados, vem se transformando continuinamente desde o início das primeiras culturas.
Apesar de ter se convertido em um símbolo da poluição industrial o plástico é este material fantástico e com inúmeras qualidades. Isso torna possível imaginar outras formas de lidar com os recursos a partir dos conceitos e das tecnologias atualmente disponíveis nas culturas humanas. E é por isso que muitas pessoas, eu incluso, têm se preocupado com a questão do plástico não como um problema mas como uma possível solução. E novos plásticos já foram criados e já estão em uso. Plásticos totalmente biodegradáveis e que também podem ser produzidos a partir de fontes orgânicas (milho, cana, etc) libertando o plástico da carga kármica da cadeia de produção do petróleo e da permanência maldita de centenas de anos na natureza.
Mas o que fazer com todo o plástico já produzido e descartado? É a isto que vem se dedicando projetos como o Precious Plastic e sua versão brasileira, o Plástico Maravilha
.
https://www.plasticomaravilha.com.br/sobre
Venho pesquisado a questão do lixo em minhas obras há muito tempo e esta proposta de obra nasce do encontro de uma pesquisa pessoal sobre resíduos, especialmente os plásticos, e as tecnologias de código aberto para construção de máquinas de reciclagem de plástico.
Obra proposta para o
RUMOS ITAUCULTURAL 2019-2020
Criação de dois modelos de peças modulares
Construção de três máquinas para reciclagem de plástico sendo:
1 triturador de plástico
1 injetora de plástico
1 compressora de plástico
Construção de estruturas modulares no espaço público feitas a partir de garrafas e outros plásticos comuns,
totalmente recicladas e convertidas em módulos de construção universais.
Colagem e reciclagem: estes dois eixos estão presentes em meu traballho desde o início de minha trajetória na década de 90.
Em 1996, eu, Daniel Seda, assino o Manifesto da Colagem junto com outros artistas que fundariam
o grupo NeoTao no ano seguinte.
O Manifesto, ligado a este pouco conhecido coletivo de artistas, pode ser acessado em